O caminho labuta, pesa na alma
Sabia eu que caminho faltava?
Que figurinha precisava completar
Pra desaguar noutra vida?
Sabia eu que não tinha lugar?
Que parar na estrada era certo
Perder o caminho com cuidado
Por falta de caminho e de amor?
Acordei, com a luz
Pesadelo
A manhã se apagava
E eu pagava com dor
Que se tivessem te quebrado
Iria eu, às machadadas
Cortar caminho pela tua selva
Te desvendar, te consertar
Te pôr num pote em minha estante
Ou irias tu, me explorar
Às machadadas, me derrubar
Assombrear minhas clareiras
Com seus pontos de luz
E suas flores
E seus bichinhos silvestres
Seus passarinhos,
e suas brancas de neve?
Se minha dor cessasse, talvez
Sabia que um dia, uma vez
Estaria perdida em seus campos
Em seus cabelos, seus mantos
E pernas, e amores, e abraços...
Lhe disse adeus com pesar
Nada mais restava
Seu sorriso, de lado
Molhado, vazio
Um abraço...
...Um beijo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário